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Saúde alerta para importância da doação de leite humano





Estado de São Paulo conta com 58 bancos e 52 postos, onde são feitas captação e distribuição; veja as orientações para doar



A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) faz um alerta às mães que estejam amamentando para a importância da doação do leite excedente. A maior rede de Bancos de Leite Humano (BLH) do país, que fica em São Paulo, registrou entre janeiro e abril do ano passado a coleta de 19.163 litros de leite humano, sendo que 15.557 litros foram distribuídos. Já no mesmo período de 2024, houve aumento na doação de leite, totalizando 19.226,5 litros, enquanto a distribuição atingiu 15.043,8 litros. Mesmo assim, é fundamental reforçar os estoques por meio do aumento do número de doadoras.

O estado abriga postos de coleta de leite humano, somando 58 bancos e 52 postos. Além disso, há previsão da criação de mais duas unidades do BLH nos municípios de Atibaia e Lins.

O uso de leite materno nas unidades neonatais minimiza intercorrências durante a internação dos bebês, proporcionando mais saúde de forma ampla.

“É importante a solidariedade nesse momento. “Mães que estão amamentando, solidarizem-se com os bebês internados nas unidades neonatais e doem leite humano. Cada gota doada é um ato de amor e cada gota recebida é uma vida salva”, afirma Roberta Ricardes Pires, da Área Técnica de Saúde da Criança da SES.

Os estoques dos Bancos de Leite tem como foco a segurança alimentar, levando aos bebês internados nas Unidades Neonatais o leite da própria mãe, e quando não é possível, o leite da doadora. Para os recém-nascidos internados, receber esse leite minimiza as intercorrências e sequelas da prematuridade, como enterocolite, broncodisplasia pulmonar e retinopatia da prematuridade, além de reduzir o risco de morte, sendo que o nascimento prematuro é uma das principais causas de mortalidade infantil.

Unidades de referência para doação de leite no estado

O Banco de Leite Humano Maria José Guardia Mattar, no Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, localizado na capital, e o Banco de Leite Humano Anália Ribeiro Heck, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, no interior do estado, são as duas principais unidades de referência da rede paulista.

O estado também conta com 43 hospitais com o selo da “Iniciativa Hospital Amigo da Criança”, que promovem boas práticas no cuidado da criança e da mulher e fomentam os “10 passos do aleitamento materno”, propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Há, também, 92 salas de amamentação em empresas parceiras, que são espaços destinados às mulheres e que, ao término da licença-maternidade e retorno ao trabalho, encontram um espaço acolhedor destinado para retirada de leite humano e armazenamento em local adequado, possibilitando o aumento do tempo de aleitamento materno e trazendo benefícios diretos para a criança e para a mulher.

Para realizar doação de leite, o doador precisa:

  • Não ter recebido doação de sangue nos últimos 12 meses;
  • Não fazer uso de medicamentos incompatíveis com amamentação;
  • Preparar um vidro com tampa de plástico (lave em água corrente e leve para ferver. Ao levantar fervura, contar 15 minutos, escorrer e deixar secar naturalmente);
  • Identificar o vidro com seu nome completo e a data da primeira retirada;
  • Utilizando ordenhadeira, seguir a orientação do fabricante para esterilização dos apetrechos. Se a ordenha for manual, utilizar copos de vidro (previamente esterilizados como já descrito acima). Com as mãos higienizadas, massagear o seio em direção à aréola. Depois segurar o seio e, com os dedos polegares e indicadores, apertar para depositar o leite em recipiente esterilizado;
  • Utilizar touca e máscara (um lenço pode substituir a touca);
  • Procurar um ambiente calmo e tranquilo;
  • Desprezar os primeiros jatos de leite para começar a extração;
  • Ao término, colocar imediatamente o leite no vidro com tampa plástica e congelar (não refrigerar, apenas congelar);
  • Na próxima extração, colocar o leite por cima do leite que já está congelado até completar o volume do vidro respeitando o limite de “dois dedos” abaixo da tampa;
  • Na primeira visita, além de ser necessário a coleta de uma amostra de sangue para exames obrigatórios, o banco fornece vidros esterilizados, bem como touca e máscara.

Informações sobre amamentação:

  • Se tiver Covid-19 e estiver em condições clínicas adequadas, a amamentação não é contraindicada. Inclusive estudos referem que anticorpos presentes no leite, podem ser passados para o bebê, protegendo-o contra sintomas graves da doença.
  • Doar leite não atrapalha a amamentação do seu filho. A produção do leite depende do esvaziamento da mama, por isso, quanto mais você amamentar ou extrair, mais leite vai produzir.
  •  O leite humano descongelado não pode ser congelado novamente.
  •  Não existe leite fraco, mesmo mulheres desnutridas conseguem amamentar e nutrir seus filhos.
  • Mamadeira, chupeta e bicos artificiais podem levar ao desmame, devido à confusão de bicos, entre outros danos que podem causar à saúde do seu bebê.
  • Estresse e nervosismo podem atrapalhar a produção de leite.
  • O leite materno é um alimento vivo, ele possui anticorpos que são transmitidos da mãe para o bebê, rico em compostos nutricionais e não conseguem ser reproduzidos pela indústria, além de ser sustentável, não gera resíduos e é gratuito.
  • O tipo de mamilo e/ou tamanho dos seios não são determinantes para a mulher não conseguir amamentar, ou produzir pouco leite. Em caso de dificuldade, procure o Banco de Leite Humano ou Posto de Coleta de Leite Humano mais próximo da sua residência.
  • Alimentos como canjica, cerveja preta, água inglesa, doces, entre outros alimentos, não aumentam a produção de leite materno. O melhor estímulo para a produção é o bebê mamando exclusivamente, em livre demanda, com a técnica adequada.

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